Seco as lágrimas, respiro fundo e dou partida no carro.
Durante todo o caminho até em casa, a frase “Tudo tem um porquê” ecoava em minha cabeça. Quando parava no sinal vermelho, podia ver algumas coisas através da janela, passei por muitos lugares que antes frequentamos, continuam lá, com novos clientes novos ares.
A dor de chegar a casa é não poder dividir mais meu dia com você;
partia meu coração ansioso, e na esquina da minha rua chorei o que segurei durante o trajeto. Meu apartamento continuará o mesmo, mesmas plantas, mesmos livros, a bagunça rotineira. Meu prédio continua com os mesmos moradores, e o zelador nunca sairá de lá.
Meu trabalho continuará o mesmo, na verdade sempre com pessoas novas, mas eu, logo eu, não serei mais nova lá.
Na verdade, a cidade não mudou, nem as coisas próximas a mim, apenas eu.
Eu não irei continuar a mesma, talvez num futuro serei outra.
Apenas irei mudar com a primavera.
Muito bom...